Postado por Lenita Andrade em comando estelar-templo do sol
A DIMENSÃO CÓSMICA
por Mani Álvarez - mani@clasi.org.br
Quando falamos em cosmo, pensamos num lugar infinitamente longe, lá onde a nossa vista não alcança. Como pensar em anos-luz de distância? Há coisas que os nossos sentidos não alcançam. Uma dessas é a dimensão cósmica.
Afinal, o que é isso? Onde fica? Lá em cima de nossas cabeças, no nível das estrelas? A verdade é que, geograficamente, estamos em pleno cosmo. Nossa nave mãe Terra gira neste vasto oceano cósmico, junto com as estrelas mais brilhantes do universo. O cosmo é o nosso habitat...
Num texto escrito em 1994, chamado Carta da Transdisciplinaridade, foi afirmado que “a dignidade do ser humano é também de ordem cósmica e planetária. A aparição do ser humano sobre a Terra é uma das etapas da história do Universo. O reconhecimento da Terra como pátria é um dos imperativos da transdisciplinaridade. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade, mas como habitante da Terra ele é um ser transnacional. O reconhecimento de seu direito a uma dupla cidadania – de uma nação e da Terra – constitui um dos objetivos da pesquisa transdisciplinar”. Este é o artigo 8 do documento assinado por Nicolescu Basarab, Lima de Freitas e Edgar Morin.
Sendo cidadãos cósmicos, por que sentimos a nossa pátria tão distante de nós?
Porque nos foi ensinado ver a realidade como partes separadas, divididas, fragmentadas. Esta foi a visão de mundo que aprendemos a julgar sendo a verdadeira. Se meus olhos vêem o universo lá fora, distante de mim, junto com as estrelas no céu, eu entendo que ele não faz parte de meu habitat...
Quando o astronauta Edgar Mitchell estava a bordo da espaçonave que pousou na lua, ele teve um momento de assombro ao ver o nosso planeta Terra lá, nos cosmos, entre outros astros e estrelas. “Ela parecia uma jóia verde e azul engastada no céu da meia noite”, disse ele em estado de êxtase. Ele compreendeu, neste momento, a grandeza de Deus e a existência de uma outra forma de ver o mundo, uma outra realidade.
A Psicologia Transpessoal trabalha com o conceito de ‘estados de consciência’. Seu postulado mais importante é de que a realidade é uma construção mental coerente com meu estado de consciência.
Logo, existe uma outra maneira de olhar para o cosmo e senti-lo como uma unidade perfeita, integrada, da qual eu faço parte. Edgar Mitchell deu testemunho disso.
Pitágoras, o famoso filósofo e sábio grego, dizia que as estrelas cantavam, e que havia uma música nas esferas. Tudo no universo emite um som, que só podemos ouvir quando a nossa consciência se amplia e estende suas vibrações para além de meus cinco sentidos.
A própria palavra cosmo significa ordem no universo, na criação, na vida. Se há ordem, há inteligência. A existência de um ‘cosmo’, ou seja, de um universo organizado, ordenado, demonstra a grandeza dessa inteligência superior que a mantém. Por isso, ao entrarmos em ressonância com a dimensão cósmica, sentimos a presença de Deus.
Quando o astronauta Mitchell se sentiu uno com esta dimensão cósmica divina, imediatamente percebeu o perigo que estamos correndo, aqui na Terra, por termos criado uma civilização baseada na visão da separatividade e da dualidade. Esta visão de mundo dual tem provocado ações destrutivas na Terra, e tem gerado o caos em que estamos vivendo.
Isso que ele sentiu foi uma experiência do Despertar. Todos os sábios e místicos passaram por isto. Quando ocorre um Despertar, isto provoca profundas transformações em nossa vida. Foi assim com ele. Quando voltou à Terra, Mitchell mobilizou todos os seus recursos para trabalhar pelo desenvolvimento da consciência humana. Fundou o Instituto de Ciências Noéticas e dedicou-se a promover cursos, publicações, palestras que estimulem o debate entre a ciência e a espiritualidade.
O Despertar é uma experiência de expansão da consciência. É quando conseguimos ir além do estado habitual de vigília, onde nossos sentidos imediatos predominam; aí percebemos a ordem maior onde estamos inseridos, e entramos em ressonância com ela.
Então, o cosmo não está tão distante de nós como pensamos. Pelo contrário, ele está presente tanto no giro das estrelas no céu quanto no rastejar de uma minhoca na terra. A existência de ordem no universo é uma manifestação cósmica. Ordem é equilíbrio, harmonia, inteligência. Nós podemos sintonizar com a dimensão cósmica no momento em que entramos em equilíbrio com as forças do universo e suas vibrações ressoam em nossa consciência. Nisso consiste o Despertar. De repente, compreendemos tudo, num lampejo. Sem esforço e sem a atuação da mente racional.
Não há como forçar a emergência do Despertar.O escritor russo Tolstói dizia que “há um movimento infinito dentro de um momento de descanso”. Esse é mais um dos enigmas cósmicos. O agricultor prepara o solo, planta suas sementes, molha regularmente as plantas, mas tem de deixar que a natureza faça o resto do trabalho. Assim é também com a nossa mente. O Despertar é como um momento de graça que vem quando não esperamos mais.
Nosso trabalho consiste em buscar a sintonia com as forças cósmicas, pois lá reside o plano da vida. As práticas espirituais nos ajudam a confiar e esperar. E estar atentos às sincronicidades, que são a linguagem de Deus. Jung foi quem trouxe para o Ocidente este pensamento tão peculiar dos orientais. Sincronicidades são eventos relacionados não linearmente, mas sim, através de uma dinâmica significativa. Não existe qualquer relação de causa e efeito na sincronicidade. Os eventos parecem carregados de um propósito e de um sentido particular.
Quando estamos em sintonia com o todo, as sincronicidades parecem evocar essa inteligência superior que coordena todos os fatos, encontros, eventos. De onde vem essa energia em movimento senão da dimensão cósmica, o livro de Deus escrito no universo?
Castanheda conta uma história sobre um fazedor de chuva, que foi chamado às pressas a uma aldeia que vinha passando por um período enorme de seca. Os aldeões já estavam desesperados, porque, com a falta de chuva, não havia alimento, e o rebanho também estava ameaçado. O fazedor de chuva chegou, sentiu a ansiedade das pessoas e retirou-se para uma cabana, onde permaneceu solitário e em meditação. Sua tranqüilidade afetou os aldeões, que também se acalmaram. Em pouco tempo desabou um temporal e os aldeões foram perguntar ao homem o que ele havia feito. Ele disse que não havia feito nada, a não ser colocar a sua energia em harmonia com o universo. E as forças naturais trouxeram a chuva.
Para atingir a dimensão cósmica da Lei e da ordem num âmbito superior, tudo que temos de fazer é harmonizar nossa mente e nosso corpo com o universo, como o fazedor de chuva. Ou seja, sair do tumulto de uma mente agitada e aprender a sintonizar com o silêncio interior. Pois, é só no silêncio interior que podemos ouvir a música das esferas.
Afinal, o que é isso? Onde fica? Lá em cima de nossas cabeças, no nível das estrelas? A verdade é que, geograficamente, estamos em pleno cosmo. Nossa nave mãe Terra gira neste vasto oceano cósmico, junto com as estrelas mais brilhantes do universo. O cosmo é o nosso habitat...
Num texto escrito em 1994, chamado Carta da Transdisciplinaridade, foi afirmado que “a dignidade do ser humano é também de ordem cósmica e planetária. A aparição do ser humano sobre a Terra é uma das etapas da história do Universo. O reconhecimento da Terra como pátria é um dos imperativos da transdisciplinaridade. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade, mas como habitante da Terra ele é um ser transnacional. O reconhecimento de seu direito a uma dupla cidadania – de uma nação e da Terra – constitui um dos objetivos da pesquisa transdisciplinar”. Este é o artigo 8 do documento assinado por Nicolescu Basarab, Lima de Freitas e Edgar Morin.
Sendo cidadãos cósmicos, por que sentimos a nossa pátria tão distante de nós?
Porque nos foi ensinado ver a realidade como partes separadas, divididas, fragmentadas. Esta foi a visão de mundo que aprendemos a julgar sendo a verdadeira. Se meus olhos vêem o universo lá fora, distante de mim, junto com as estrelas no céu, eu entendo que ele não faz parte de meu habitat...
Quando o astronauta Edgar Mitchell estava a bordo da espaçonave que pousou na lua, ele teve um momento de assombro ao ver o nosso planeta Terra lá, nos cosmos, entre outros astros e estrelas. “Ela parecia uma jóia verde e azul engastada no céu da meia noite”, disse ele em estado de êxtase. Ele compreendeu, neste momento, a grandeza de Deus e a existência de uma outra forma de ver o mundo, uma outra realidade.
A Psicologia Transpessoal trabalha com o conceito de ‘estados de consciência’. Seu postulado mais importante é de que a realidade é uma construção mental coerente com meu estado de consciência.
Logo, existe uma outra maneira de olhar para o cosmo e senti-lo como uma unidade perfeita, integrada, da qual eu faço parte. Edgar Mitchell deu testemunho disso.
Pitágoras, o famoso filósofo e sábio grego, dizia que as estrelas cantavam, e que havia uma música nas esferas. Tudo no universo emite um som, que só podemos ouvir quando a nossa consciência se amplia e estende suas vibrações para além de meus cinco sentidos.
A própria palavra cosmo significa ordem no universo, na criação, na vida. Se há ordem, há inteligência. A existência de um ‘cosmo’, ou seja, de um universo organizado, ordenado, demonstra a grandeza dessa inteligência superior que a mantém. Por isso, ao entrarmos em ressonância com a dimensão cósmica, sentimos a presença de Deus.
Quando o astronauta Mitchell se sentiu uno com esta dimensão cósmica divina, imediatamente percebeu o perigo que estamos correndo, aqui na Terra, por termos criado uma civilização baseada na visão da separatividade e da dualidade. Esta visão de mundo dual tem provocado ações destrutivas na Terra, e tem gerado o caos em que estamos vivendo.
Isso que ele sentiu foi uma experiência do Despertar. Todos os sábios e místicos passaram por isto. Quando ocorre um Despertar, isto provoca profundas transformações em nossa vida. Foi assim com ele. Quando voltou à Terra, Mitchell mobilizou todos os seus recursos para trabalhar pelo desenvolvimento da consciência humana. Fundou o Instituto de Ciências Noéticas e dedicou-se a promover cursos, publicações, palestras que estimulem o debate entre a ciência e a espiritualidade.
O Despertar é uma experiência de expansão da consciência. É quando conseguimos ir além do estado habitual de vigília, onde nossos sentidos imediatos predominam; aí percebemos a ordem maior onde estamos inseridos, e entramos em ressonância com ela.
Então, o cosmo não está tão distante de nós como pensamos. Pelo contrário, ele está presente tanto no giro das estrelas no céu quanto no rastejar de uma minhoca na terra. A existência de ordem no universo é uma manifestação cósmica. Ordem é equilíbrio, harmonia, inteligência. Nós podemos sintonizar com a dimensão cósmica no momento em que entramos em equilíbrio com as forças do universo e suas vibrações ressoam em nossa consciência. Nisso consiste o Despertar. De repente, compreendemos tudo, num lampejo. Sem esforço e sem a atuação da mente racional.
Não há como forçar a emergência do Despertar.O escritor russo Tolstói dizia que “há um movimento infinito dentro de um momento de descanso”. Esse é mais um dos enigmas cósmicos. O agricultor prepara o solo, planta suas sementes, molha regularmente as plantas, mas tem de deixar que a natureza faça o resto do trabalho. Assim é também com a nossa mente. O Despertar é como um momento de graça que vem quando não esperamos mais.
Nosso trabalho consiste em buscar a sintonia com as forças cósmicas, pois lá reside o plano da vida. As práticas espirituais nos ajudam a confiar e esperar. E estar atentos às sincronicidades, que são a linguagem de Deus. Jung foi quem trouxe para o Ocidente este pensamento tão peculiar dos orientais. Sincronicidades são eventos relacionados não linearmente, mas sim, através de uma dinâmica significativa. Não existe qualquer relação de causa e efeito na sincronicidade. Os eventos parecem carregados de um propósito e de um sentido particular.
Quando estamos em sintonia com o todo, as sincronicidades parecem evocar essa inteligência superior que coordena todos os fatos, encontros, eventos. De onde vem essa energia em movimento senão da dimensão cósmica, o livro de Deus escrito no universo?
Castanheda conta uma história sobre um fazedor de chuva, que foi chamado às pressas a uma aldeia que vinha passando por um período enorme de seca. Os aldeões já estavam desesperados, porque, com a falta de chuva, não havia alimento, e o rebanho também estava ameaçado. O fazedor de chuva chegou, sentiu a ansiedade das pessoas e retirou-se para uma cabana, onde permaneceu solitário e em meditação. Sua tranqüilidade afetou os aldeões, que também se acalmaram. Em pouco tempo desabou um temporal e os aldeões foram perguntar ao homem o que ele havia feito. Ele disse que não havia feito nada, a não ser colocar a sua energia em harmonia com o universo. E as forças naturais trouxeram a chuva.
Para atingir a dimensão cósmica da Lei e da ordem num âmbito superior, tudo que temos de fazer é harmonizar nossa mente e nosso corpo com o universo, como o fazedor de chuva. Ou seja, sair do tumulto de uma mente agitada e aprender a sintonizar com o silêncio interior. Pois, é só no silêncio interior que podemos ouvir a música das esferas.
Texto revisado por: Cris
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