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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

SHECHINAH - O Aspecto Feminino Divino e o Shabat



SHECHINAH

A Shechinah é considerara como o "aspecto feminino de D'us", ou a "presença" do Divino infinito no mundo. Embora ela não apareça com este nome nos cinco livros de Moisés, os explicadores do Antigo Testamento referem-se a ela na interpretação do texto. Deste modo, quando Moisés encontra a sarça ardente, é dito a ele que retire as sandálias e prepare-se para receber Schechinah.
Segundo os rabinos, a escolha do simples arbusto espinhoso como veículo de revelação foi feita para enfatizar a presença de Shechinah, já que nada na natureza pode existir sem ela.


Nos provérbios, somos apresentados à Mãe Divina como Chochmah (Sabedoria), que estava presente no momento da criação como consorte amorosa e co-arquiteta do nome impronunciável de D'us. Nesse retrato salomônio, ela se deleita com a humanidade e nos fornece sua sábia orientação no caminho da verdade e da justiça. Neste forma ela está relacionada com Sofia dos Gnósticos.
Essa associação com a humanidade foi enfatizada pelos talmudistas, que viam sofrendo quando os seres humanos erravam:
-"Atos de derramamento de sangue, incesto, perversão da justiça e falsificação de medidas fazem com que ela nos abandone."

Eles dizem:
-"O humilde fará com que a Shechinah acabe vindo morar na Terra. O maligno torna a Terra impura e provoca a partida de Shechinah."

Na visão talmúdica, ações prejudiciais a outro humano fazem com que Shechinah fuja e suba para os Sete Céus.

Outra maneira de atrair a Shechinah para a Terra seria quando as pessoas necessitassem dela como consoladora. Os rabinos dizem que ela paira sobre a cama de todos os doentes e é vista pelos mortos quando saem do mundo e mergulham na grande luz.
Segundo a tradição, a Schechinah aparece aos bons e justos na hora da morte, dando-lhes a oportunidade de ir direto ao centro da escada celestial em um momento de pura consciência, em uma fusão com o Divino.

A Shechinah também está ligada a expressões de amor humano, particularmente o êxtase romântico e matrimonial. É ela que abençoa o jovem casal; o brilho dos amantes é considerado reflexo de sua presença.

Dizem os rabinos:
-"Quando um homem e uma mulher são dignos, a Schechinah habita em seu meio. Se são indignos o fogo os consome.".

Existe aqui uma alusão a seu papel de Mãe Destruidora: às vezes ela é apresentada como aquela que pune a humanidade. Embora se faça referência a barreira de fogo e aos dois anjos que a acompanham, o conceito não é tão destacado quanto suas outras qualidades.

A primeira menção de Shechinah em escritos judeus foi durante o Século I da nossa era. Inicialmente, seu significado se referia à manifestação ou aspecto que podia ser aprendida pelos sentidos. No entanto, a extensa mitologia relacionada com a imagem de Shechinah e da Shechinah-Matronit (manifestação mais popular de Shechinah) como deidade feminina não alcançou seu máximo desenvolvimento até a Idade Média.

O texto definitivo da cabala, o Zohar, se escreveu no século XIII, porém certas imagens cabalísticas remontam a Filão de Alexandria, o mesmo filósofo judeu que deu uma nova definição a imagem da sabedoria.
Ditas imagens também receberam a influência de textos escritos durante os séculos VII e VII na Babilônia e Bizâncio e durante o século IX em Basora. Esses textos chegaram a Europa de onde, no início do século XI, se converteram em fundamento da cabala que se desenvolveu nas comunidades judias da Espanha e do sudoeste da França.

É interessante que a cabala voltaria ao Oriente Próximo como resultado da expulsão dos judeus da Espanha em 1492, quando grupos cabalistas se assentaram em Safed, Galiléa; a cabala se estendeu até a Ásia e a África, assim como à comunidades judias de outras zonas da Europa.

Este conhecimento recebido, ou Cabala, foi desenvolvido mais tarde pelos "pietistas" alemães dos séculos XII e XIII e alcançou seu auge com a cabalistas da Espanha e de Safed.

Foi este último grupo, que vivia num enclave espiritual no norte de Israel nos séculos XVI e XVII, que esboçou com muitos detalhes as qualidades da mulher divina (conhecido como a "árvore da vida" ou "árvore cósmica"), as dez "sefirot"(energias criativas) são igualmente equilibradas nos lados da árvore representando, um, as qualidades femininas e, o outro, as masculinas.

Neste mapa da consciência, a Shechinah é muitas vezes identificada com Malchuth (soberania) na base da árvore cósmica, que representa a energia da terra.
O Baal Shem, mestre-escola do movimento do século XVII, acreditava que as preces das mulheres subiam direto a D'us. Reconhecia também a capacidade das mulheres para a profecia e atraiu muitas seguidoras do sexo feminino. Nos primeiros anos, quando o movimento era bastante radical, a abertura ao carisma espiritual das mulheres resultou no surgimento das "rebes", em sua maior parte filhas e esposas de grandes mestres.
O carisma é uma das bênçãos da Shechinah, segundo o Talmud.


Os cabalistas identificaram Shechinah com o resplendor do Espírito Santo, o pleroma chamejante de que emana toda criação, incluida a alma humana. Esse Espírito Santo, resplendor ou "glória de D'us", que os cabalistas comparam a um vasto mar, foi a primeira criação ou emanação; dela fluem todas as demais criações ou emanações.

A Shechinah é imanente à alma humana, como sua "base" divina ou "corpo" desses últimos, a presença sagrada sa "glória de D'us" que levam em seu interior. Na cabalística, como no misticismo critão e no islã, o matrimônio sagrado consiste na união da alma com este Espírito Santo. Através da luz radiante de Shechinah tudo se enlaça com os demais, como se estivesse conectado por uma madeixa luminosa de ser.
Ain-Soph, o mistério inefável e indestrutível da base da vida, é tanto a fonte da madeixa como imanente a cada partícula e aspecto da criação, através de Shechinah. O que se chama natureza é, portanto, a epifanía do divino.

A Shechina se chamava rainha, filha e noiva de Yahvé; era, em conseqüência, a mãe de toda a alma humana, enquanto que na cabala era especificamente a mãe da "comunidade mística de Israel" e, em último instância, de todo o indivíduo judeu.Essas almas são "chispas" de chamejante Shechinah, "espalhadas" durante o exílio, que devem"reunir-se" de novo com sua fonte.

A Shechinah era designada como "Éden Místico", uma presença envolvente, não um lugar, e também como "o jardim sagrado da maçã", o "grande mar" e a fonte que transmite a vida desde sua fonte não manifesta até sua manifestação.A vida ou a criação, é concebida na união divina entre *Yahvé e Shechinah.Textos e mais textos se utilizam de imagens sexuais e a imagem da luz para mostrar como "o raio que emerge do nada semeia na "mãe celestial"....de cujo ventre as Sefirot (energias criativas) surgem, como rei e rainha, filho e filha.

Um dos textos fundamentais utilizados na Idade Média para contemplação da união da deidade Shechinah era o "*Cantar dos Cantares". O bíblico Cantar dos Cantares apresenta uma voz feminina dominante (a esposa) e alude a rituais de fertilidade correntes no Oriente Próximo pré-judaico. A linguagem da época está carregada de imagens sexuais e relacionadas com a terra.
O lugar que ele ocupa nas sagradas escrituras judias só se confirmou no ano 100, quando o Concílio de Jamnia concluiu que se tratava de uma alegoria da relação entre Yahvé e Israel.

Como os gnósticos em seu mito de Sofia, a cabala subtraiu o mito de exílio de Shechinah. Parece haver dois tipos de exílios conectados com sua imagem: o primeiro, mitológico, surgiu a partir da expulsão de Adão e Eva, quando Shechinah compartilhou com a humanidade o exílio do jardim.
O segundo exílio foi "histórico" e parte específica da história do povo de Israel.
No princípio, Shechinah ou "glória de Deus" habitava no tabernáculo; era a presença que cobria com sua sombra a arca da aliança. A precedia por dia embaixo da forma de uma coluna de fumaça e à noite como coluna de fogo. Mais tarde, a arca foi colocada no templo que construiu Salomão, e Shechinah habitou ali. No entanto, desapareceu quando se se destruiu o templo (586 a.C.), momento em que se perdeu a arca e os judeus foram aprisionados e levados à Babilônia; ao finalizar seu exílio, no ano de 538 a.C., não se voltou a reunir com eles em Israel.
Não voltará até que se produza a vinda do Messias, e não pode voltar até que se reúna com seu divino noivo, restaurando-se assim a unidade rompida da divindade. A imagem do exílio, portanto, não se associa só com o feito de que não retornasse a Terra Santa, mas sim também com seu exílio longe da divindade; é como se o feito de ser imanente a criação a houvesse separado de sua "outra metade", sua fonte transcendente e cônjuge.

Em seu exílio se dá o nome de "viúva", e de "pedra do exílio" (lapis exulis), a "pedra preciosa" e "a pérola". Algumas dessas imagens são a referência de deusas anteriores. A Shechinah chora, como chorou Raquel por seus filhos, enquanto aguarda que seu exílio chegue ao fim. A oração rabínica tem por objeto provocar este fim e apressar o momento do retorno. Enquanto dure seu exílio, a criação permanece separada da deidade transcendente.

Se acreditava que a causa de seu exílio cósmico era o pecado de Adão. Scholem explica em que consistia isso:
"As Sefirot (energias criativas de Deus) foram levadas a Adão sob a forma da árvore da vida e da árvore do conhecimento;...em vez de preservar sua unidade original, unificando assim as esferas de "vida" e "conhecimento" e levando a salvação ao mundo, este separou uma da outra e dirigiu sua mente até a adoração de Shechinah, e só dela, sem reconhecer que esta última estava unidas à outras Sefirots. Desta maneira interrompeu o manancial da vida, que flui de esfera em esfera e o trouxe ao mundo a separação e o isolamento. Desse modo se abriu uma fissura misteriosa na vida em ação da Divindade, que não em sua substância...Só através da restauração da harmonia original a através da redenção, quando tudo volta ao lugar que ocupava originalmente no esquema divino das coisas, "D'us será uno e seu nome uno".

Essa fissura separa Shechinah de Yahvé e a mantêm em estado de exílio, ao "romper" a cadeia que vincula a fonte com sua manifestação; quebra, portanto, a unidade da vida. Um dos efeitos foi o de "esparzir" a luz de Shechinah em incontáveis chispas, ou "scintillae", que conformam as almas dos seres humanos.

Jung faz referência a esta imagem em sua análise da natureza da psique.
A unidade da vida não poderá reestabelecer-se nem a Shechinah por fim a seu exílio até que estas voltem a reunir-se. O esparzimento de Shechinah parece uma condição do espírito em sua manifestação no mundo físico.

O aspecto de Shechinah que permaneceu exilado na terra com seu povo se chama a Matronit,; a própria terra lhe chamou de "a filha". Os membros menos sofisticados das comunidades encontraram na cabala uma figura materna compassiva com que podiam relacionar-se em sua vida diária e podiam pedir socorro em seu sofrimento. Sua profunda devoção era idêntica a da grande maioria dos cristão católicos manifestam pela Virgem Maria.

A imagem de Shechinah como "Matronit" voltou a instaurar a antiga iconografia da Deusa Mãe. Aliás, a idéia da "Sagrada Família", isto é, dos quatro aspectos da divindade, se desenvolveu na cabala para incluir as quatro deidades, bem definidas, de pai, mãe, filho e filha. Se outorga assim a cada indivíduo uma imagem arquetípica de sua própria experiência da vida.
A sexualidade formava parte das relações entre estas deidades; os seres humanos, ao imitar a união divina, haviam devolvido a estas últimas o sentido de sacralidade que se perdeu, segundo a crença, com a expulsão de Adão e Eva do jardim. Se trata de uma visão extraordinariamente equilibrada.

No lapso de uns poucos séculos, a cabala havia desenvolvido a imagem de uma Deusa que instaurava de novo muitos detalhes próprios da imagem anterior. Se ministrou um contraponto essencial a masculinidade rigorosa da deidade judia.

No entanto, a cabala, para Scholem "continua sendo, tanto do ponto de vista histórico como metafísico, uma doutrina masculina, elaborada por homens e para os homens. A longa história do misticismo judeu não mostra rastro algum de influência feminina. Não há mulheres cabalistas." Apesar disso, a imagem de Shechinah adquiriu uma importância vital para essa tradição, sem dúvida por insistência da alma, em última instância, na inclusão do arquétipo feminino. De maneira que a imagem da consorte de Yahvé e do matrimônio sagrado entre ambos se mantive vivo, a diferença do que ocorreu no judaísmo ortodoxo, que via na sabedoria um mero atributo de Deus.

Tomando os ensinamentos da Cabala e adaptando-os à vida da comunidade de forma mais igualitária, Hasiduth restaurou a crença na capacidade de cada indivíduo de ter acesso à Shechinah e trazê-la de volta à Terra através de ações pessoais. Os elementos principais dessa prática eram a meditação e a oração com "Kavannah" (profunda fé e intenção) e "devekuth" (apego a Deus),acompanhadas de uma vida acostumada a compartilhar em que prevalecessem a justiça, a misericórdia e a caridade. Foi adicionada a essa mistura a "persona" inspirada do "Tsaddik" (santo), que fornecia a inspiração aos devotos, facilitando e afirmando experiências pessoais do divino.

Professores hassídicos viam a Shechinah como a Deusa no exílio e associavam-na à redenção dos judeus.


A obra contemporânea sobre a Deusa Shechinah, chegou até nós através de mulheres judias. Algumas delas, estudaram textos sagrados hebraicos por conta própria, a partir de fontes secundárias. São em sua maioria, musicistas, dançarinas, contadoras de histórias, rabinas, terapeutas e curadoras, que primeiro desenvolveram seus "insights" e avançando sempre, adquiriram informações complementares sobre a energia "Shechinah".

Feministas judias contemporâneas tiveram de enfrentar o sexismo na vida e na linguagem religiosas, incluindo a exclusão das mulheres das profissões sagradas. Como resultado deste ativismo, portas importantes se abriram na última década. De forma cada vez mais intensa, a Deusa está emergindo, como Deusa Múltipla ou Deusa de Mil Faces.

Como esta nova geração está servindo de parteira para o renascimento de Shechinah, temos que nos familiarizar com alguns textos antigos e algumas orações que a invocam.

Embora esteja acontecendo claramente um renascimento da consciência da Shechinah, os conceitos sobre uma Deusa Judaica ainda não influenciaram o judaísmo em sua corrente principal nem o movimento da Nova Era, que tende a considerar o feminismo judaico como um paradoxo. Ainda é cedo para saber como esta consciência contemporânea da Shechinah será absorvida pelo judaímo e pelo crescente movimento da Deusa. Embora ela precisa ser relembrada, pelo menos nossa reconstrução da Shechinah se liga à tradição sagrada. Sua filosofia básica, a que a presença dela é necessária para trazer a totalidade de volta ao Planeta, também fornece ainda, uma filosofia viva para nossos tempos.


Texto pesquisado e desenvolvido por
Rosane Volpatto
Bibliografia Consultada:
O Novo Despertar da Deusa - Organização Shirley Nicholson
http://www.rosanevolpatto.trd.br/shechinah.htm

*
suas variantes (YahwehYahvéYavéJehovah e Jehová)
 * Este livro se conhece comummente como o Cantar de Salomão. Seu nome latino é Canticum Canticorum, ou seja, o Cantar dos Cantares. Em hebreu se chama Shir-hashshirim (Sir tem-sirim, na forma moderna hispanizada),"o canto dos cantos" ou "o canto por excelência", talvez uma forma idiomática para significar "o melhor dos muitos cantos de Salomão", bem como "Rei de reis" significa "o Rei supremo". Salomão
"compôs três mil provérbios, e seus cantares foram mil cinco" (1 Rei. 4: 32). No cânon do AT hebreu se conservou um livro de seus Provérbios, mas o Cantar dos Cantares parece que foi o único de seus cantos que se incluiu em dito cânon. 


Shabat ao Vivo

Quando se entra numa casa na véspera de Shabat, pode-se ver como uma moradia é transformada num santuário. A mesa sobre a qual se colocam os pães brancos do Shabat e as velas ardentes evocam o Templo Sagrado, com sua menorá e seus pães da proposição. A mesa em si é um lembrete do altar no Templo, pois comer poderia e deveria tornar-se um ato de sacrifício. Em outras palavras, o relacionamento entre o homem e o alimento que consome, como está expresso na intenção por trás de comer, corresponde à conexão cósmica entre o material e o espiritual, como foi expresso por todo sacrifício no altar.

A consagração do Kidush está conectada com a ingestão de vinho, que por sua vez está associada com os sacrifícios de vinho do Shabat no Templo Sagrado. As velas acesas pelas mulheres da casa enfatizam a luz do Shabat, a santificação do dia, e a tarefa especial da mulher como representante da Shechiná (Presença Divina) de Malchut (reino).




O Shabat está conectado com a Divina manifestação na Sefirá de Malchut, que representa a Shechiná e também a totalidade, o receptáculo que absorve tudo aquilo que ocorre, e está também ligado com a primeira Sefirá, a Coroa.

Portanto, a qualidade da véspera do Shabat, que é a soma da obra e eventos no tempo, pode também ser uma preparação para a manifestação do Shabat como a coroa e início do tempo. A Sefirá de Malchut, ou a Shechiná, representa o Divino poder como manifestado na realidade, operando numa infinita variedade de maneiras e meios. Possui setenta nomes, cada qual expressando um outro aspecto, uma outra face desta Sefirá toda abrangente. Pois Malchut é a sétima das Sefirot inferiores e, como a última, também inclui em si todas as dez; em outras palavras, expressa todas as (dez) Sefirot, cada uma em sete diferentes formas; portanto, setenta é o número chave da revelação da noite devotada a Malchut e à Shechiná que Malchut representa.


O que é o equivalente em todas as manifestações da Shechiná é que cada uma representa um determinado aspecto do feminino. Conseqüentemente, os símbolos e o conteúdo da véspera do Shabat são sempre orientados para o feminino, com ênfase na mulher em seu aspecto universal, bem como em termos da família judaica.

Como parte da preparação para a cerimônia do Kidush (consagração), os membros da família cantam ou recitam a canção de louvor para a "mulher de valor" (Mishlê 31:10-31). A canção, com seu louvor para a mulher, a mãe, o alicerce do lar, tem na véspera do Shabat uma dupla conotação, como elogio para a senhora da casa e como glorificação da Shechiná do Malchut que é, num certo sentido, a mãe, a fundação do mundo real. Depois disso segue-se a cerimônia do Kidush em si.

A taça do Kidush simboliza o recipiente por meio do qual, e no qual, vem a bênção. O valor numérico da palavra hebraica para taça, kos, é o mesmo que aquele do nome de D’us, Elokim, que expressa a Divina revelação no mundo, na natureza, na lei. E dentro da taça é derramada a fartura, o vinho, cujo valor numérico é setenta, o número da véspera do Shabat. Após completar o copo, que agora é o recipiente da consagração contendo a Divina plenitude, ele é colocado na palma da mão direita de tal maneira que o copo, apoiado pelos dedos levantados, se assemelhe ou evoque uma rosa de cinco pétalas. Pois um dos símbolos de Malchut é a rosaE a taça de vinho, expressando assim também a Shechiná, fica no centro da palma e é apoiada pelos dedos – pétalas da rosa.


A prece do Kidush é composta de duas partes. Tem início com as palavras da Torá (Bereshit 2:1-3), onde o Shabat é mencionado pela primeira vez, e então continua até a segunda metade, que é uma prece composta pelos sábios especialmente para o Kidush e na qual vários significados do Shabat são poética e precisamente declarados.Entre as duas partes, há a bênção do vinho, ou fruto da videira. Em cada uma destas duas partes há exatamente trinta e cinco palavras, juntas perfazendo setenta, o número da véspera do Shabat. Na primeira seção, o Shabat é tratado como o dia da somatização e cessação da Criação, como o dia de repouso de D’us.

A segunda seção, selecionada e determinada pelos sábios, expressa o outro lado do Shabat, a imitação de D’us por parte de Israel. Há primeiro a declaração "Bendito sejas… por cujos mandamentos somos santificados," o que equivale a dizer que a mitsvá é uma maneira de atingir um nível de santidade, um caminho para D’us. Depois disso, a prece fala da escolha de Israel, como uma conseqüência pela qual Israel, mais que todas as outras nações, assume a tarefa de continuar o ato da Criação e sua seqüência de repouso e santidade.

Menciona-se então o êxodo do Egito, como na versão dos Dez Mandamentos em Devarim (5:15).
O Shabat, proclamado como o dia de descanso do trabalho, evoca o tempo da escravidão no Egito e é comparado ao ato Divino de libertação do cativeiro, e a concessão da salvação. Portanto, o Shabat é também o dia semanal de celebrar a libertação e o êxodo do Egito, bem como o conceito de salvação que, como o último no tempo, é o Shabat do mundo.

E pela ênfase na Divina escolha e amor e pela necessidade de entender a obrigação do homem para com D’us de continuar e criar e elevar-se acima e além da criação até o repouso do Shabat, o Kidush conclui com a relação do povo judeu no Shabat, e assim fecha o círculo da relação entre D’us e o homem.

Após recitar o Kidush, aquele que realizou a cerimônia bebe do copo, desse modo participando naquela comunhão do físico com o espiritual, que é a essência de todo o ritual. E do mesmo copo bebem todos aqueles reunidos à mesa. Assim, todos participam no significativo ato de introduzir o Shabat, representado pelas flores da rosa, que é o copo da redenção do indivíduo, da nação e do mundo como um todo.


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDMNqpCZlT3XjKiEiSGTe1QWkThWkAohu5GoloaGCmZpzsnJPjjhLGdtE-FpVT4kyxfYVzAQyca5ZlmPzfhsp5zbmcYfYyFU00mlQC6qkhZ7Jy-5uvvTL3bUWIZPHDuYeZLuyHmGTe_r8/s320/shabat2010.jpg

*Artigo de autoria de Rabi Adin (Steinsaltz) Even-Yisrael. O Rabi Adin foi elogiado pelo Times Magazine como "um erudito que surge uma vez em um milênio." Mais de dois milhões de exemplares de seu Talmud Steinsaltz foram vendidos em todo o mundo. É erudito residente em Yale e Princeton, e em 1988 foi agraciado com o Prêmio Israel, a mais alta honraria do país.
EXTRAÍDO DE: http://judeus.blogspot.com/2007/02/shabat-ao-vivo.html



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Questão: A palavra Allah é também falsificada como a palavra Deus?

O que chamam "God", o que chamam
"Yavé", o que chamam "Allah", toma sua Fonte na mesma origem que não é a
Fonte, mas que é o demiurgo, cujo verdadeiro nome, se querem saber, é
Yaldabaoth.

Yaldabaoth é a entidade separada da Fonte que, acompanhada de
alguns Arcanjos, criou esta Dimensão. Depois, os Anjos chamados da
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Yaldabaoth não está redimido.
Ele o será um dia.
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