Era uma aurora dessas, há dois mil anos atrás...
No silêncio do deserto, Ele viu os primeiros raios de sol.
A aurora o saudava com as mais belas cores que uma manhã poderia oferecer.
Ele sorriu e, mesmo tendo estado em profunda concentração por toda a madrugada, não parecia cansado, aparentava apenas preocupação.
Havia um trabalho a ser feito. O momento chegara.
A beleza do amanhecer fora pouco a pouco substituída por uma grande nuvem cinzenta que cobrira rapidamente todo o céu. O ar começava a ficar cada vez mais denso. Ele podia sentir todo o ódio emanado pelo mundo.
Como veneno - se Ele não trabalhasse rápido -, a humanidade sentiria os efeitos nefastos de seus próprios atos, o que seria fatal para muitos.
Com toda a energia que o seu corpo físico poderia trabalhar, Ele respirou profundamente e ergueu as mãos para o céu em direção as nuvens e, com movimentos circulares, começou a absorver a energia maligna.
Absorveu cada pensamento de ódio, morte, terror, dor e qualquer outro que era emanado naquele momento em todas as partes do mundo e juntava-se àquela gigantesca atmosfera psíquica densa.
Então, o Rabi* começou a suar sangue e chorou pela humanidade. E tal qual uma árvore que absorve o gás carbônico e produz oxigênio para o homem na presença da luz, Ele começou a transformar cada energia absorvida e, de seu peito, uma linda Energia Esmeralda foi emanada, tão intensa e tão brilhante que poderia cegar qualquer pessoa que estivesse ali por perto.
Essa Luz cruzou o planeta com uma velocidade impressionante, tocando cada ser vivo que estava ali encarnado.
Por alguns segundos, não houve mais dor ou medo na terra. E todos os seres humanos sentiram uma estranha sensação, porém familiar, de que todos faziam parte de um único Ser - e a ilusão de separação dissolveu-se por alguns momentos, pois só o que havia no coração de cada um era o Amor.
Exausto, porém sorridente, o Rabi sentou-se e descansou.
Um pássaro pousou suavemente em seu ombro para, em seguida, partir... Tão rápido quanto a Paz e o Amor que os seres humanos sentiam naquele momento.
Ele sabia que a sensação de Unicidade seria esquecida tal qual um sonho bom que se lembra ao acordar, mas que se esquece rapidamente ao longo do dia.
Não importava, pois o trabalho fora concluído. Não poderia ser feito de seu verdadeiro lar, pois era preciso um corpo físico para lidar com energias tão densas e transformá-las em Amor.
Parte da sua grande missão estava concluída, não importava o fato de que suas palavras seriam mal interpretadas por séculos. O mais importante era poder ajudar milhares de partes d’Ele, perdidas e iludidas, que ainda levariam milênios para se darem conta do presente maravilhoso que é estar vivo e, principalmente, tendo livre arbítrio para cocriar e preservar, e não apenas destruir.
Há muitas outras coisas que podem ser faladas sobre esse Cara Maravilhoso, mas milhares de mensagens ainda seriam poucas para descrever os passos luminosos que Ele deixou.
SOMOS TODOS UM SÓ!
Fonte- Francisco de Oliveira
- Nota do Texto:
* Rabi – mestre.
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