Afinal de contas, onde e quando o satélite UARS vai cair?
Satélite desgovernado: lixo espacial pode cair no Brasil
Nasa
Até ontem à noite, a agência espacial americana, NASA, não tinha uma estimativa razoável sobre onde seria o ponto de reentrada do satélite, preferindo informar que o artefato retornaria à Terra no dia 23, com 1 dia de tolerância para mais ou para menos. Agora, no boletim número 6 divulgado na manhã desta quinta-feira, a agência finalmente se posicionou, informando que o satélite poderia romper a atmosfera na tarde do dia 23, sexta-feira, excluindo território americano do caminho derradeiro.
Apolo11
Cálculos de decaimento orbital feitos pelo Apolo11 concordam com a estimativa feita pela agência americana e mostram que o ponto de ruptura será às 15h30 pelo horário de Brasília, quando o satélite estiver a 130 km acima do leste da Nova Zelândia, rumo à América do Sul.
Rússia
Por outro lado, a Rússia anunciou ontem (quarta-feira) que os fragmentos do satélite também cairão na próxima sexta-feira, 23, mas às 17h05 pelo Horário de Brasília, 1 hora e meia depois do calculado pelo Apolo11. Se a estimativa estiver correta, os fragmentos começarão a arder na atmosfera quando o objeto estiver acima de Papua Nova Guiné, 30 minutos após sobrevoar o território brasileiro na altura do Rio Grande do Norte.
Essa estimativa russa aponta a reentrada na mesma órbita calculada inicialmente pelo Apolo11.
Dificuldades
A dificuldade na previsão do ponto exato da queda ocorre principalmente na variação do fluxo solar, uma emissão eletromagnética constante emitida pelo Sol, que ao ionizar as camadas elevadas da atmosfera alteram significativamente sua densidade, aumentando ou diminuindo o arrasto em grandes altitudes, freando ou acelerando a queda do satélite.
Para se ter uma ideia, nas primeiras horas de hoje (quinta-feira), uma forte ejeção de massa coronal foi observada na estrela e isso poderá ter impacto significativo nas próximas estimativas da reentrada do artefato.
Quando um satélite sem uso ainda tem reservas de combustível, é possível aos controladores fazê-lo rumar a um ponto específico da Terra, normalmente o oceano, tornado a reentrada uma operação bastante segura. No caso do UARS, todo o combustível já está esgotado e o satélite está à mercê das forças da natureza, que o puxam de volta à Terra.
Diante de inúmeras variáveis, dizer com certeza onde o satélite cairá não é uma tarefa fácil. No entanto, devido à inclinação da órbita é possível afirmar que todas as localidades inseridas entre as latitudes de 57 N e 57S podem vir a ser o palco da reentrada. O que todos os modelos parecem concordar é que isso acontecerá de fato na sexta-feira, entre às 12h00 e 23h59 pelo horário de Brasília, e o Brasil está na rota.
Fique ligado.
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